terça-feira, agosto 31, 2010

in diário de Coimbra 31/08/2010



FOGO AMEAÇOU CASAS EM COIMBRA

Chamas afligiram
no Monte Formoso


Incêndio em mato subiu a encosta da Quinta do Choupo e provocou situações de aflição junto às habitações

Viveram-se momentos de algum pânico, ontem à tarde, junto a algumas habitações do Monte Formoso, em Coimbra, mas também nos prédios do Bairro da Rosa, cujos moradores viram aproximar-se as chamas altas, empurradas por vento forte.
Não se trataria de um incêndio muito preocupante, não fossem as casas. Numa zona entre a Estrada de Eiras e o bairro municipal da Rosa, de mato elevado e árvores dispersas, onde os sinais de abandono são notórios, as chamas progrediram rapidamente, cerca das 16h00, e colocaram em perigo algumas habitações cujos quintais se situam a meia encosta.
No Bairro da Rosa, pela distância dos prédios, não chegou a haver perigo real, mas foram muitos os que viveram momentos de alguma apreensão, fugindo, especialmente quanto o vento empurrava as chamas e o fumo espesso na sua direcção.
Mais abaixo, perante a aflição dos moradores, alguns quintais ficaram com o chão calcinado e algumas árvores de fruto danificadas pelas chamas, que também queimaram uma capoeira e alguma lenha acumulada.
O vento instável provocou alguma incerteza no desfecho do incêndio, tendo em conta que este progrediu inicialmente para Leste, virando depois a Sul, onde se aproximaria das casas, podendo, a qualquer momento, mudar de direcção para Norte e encontrar combustível no amontoado de mato e vegetação que ali cresce sem controlo.
Obrigar proprietários
a limparem os terrenos
As três corporações de bombeiros do concelho de Coimbra responderam prontamente e, com a ajuda de duas descargas de um avião ligeiro “Air Tractor”, colocaram o fogo sob vigilância a partir das 18h00.
Presente no local, a presidente da Junta de Freguesia de Eiras mostrava-se indignada pelo facto de não poder actuar na limpeza dos terrenos.
«Gostava que os presidentes das juntas de freguesia tivessem poder para obrigar os proprietários a limpar os seus terrenos», comentou Filomena Santos, lembrando que «é muito difícil identificar os proprietários».
A título de exemplo, referiu que, por causa das futuras obras do IC3, a autarquia tem «um funcionário que diariamente calcorreia montes e vales à procura dos donos dos terrenos».
À semelhança da maioria dos populares presentes no local, também o presidente da Associação de Moradores do Bairro da Rosa, José Braga, considerou a falta de limpeza dos terrenos adjacentes à urbanização o factor fundamental para a ocorrência deste fogo, não esquecendo que a ignição pode ter tido origem na acção involuntária de toxicodependentes que frequentam aquela zona.

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